No painel desta semana vamos falar um pouco sobre os corredores ecológicos! Eles são uma promissora estratégia de planejamento para conservação, haja vista a fragmentação que acontece sempre que se divide um ambiente.
Em primeiro lugar, vamos lembrar que a fragmentação florestal é um grande risco à biodiversidade. A Mata Atlântica, apesar de ser um bioma riquíssimo sendo considerado um Hotspot mundial, é extremamente ameaçada, precisando urgentemente de estratégias de conservação palpáveis e eficazes, de tal modo que os corredores ecológicos posam ser capazes de mitigar as ações antrópicas e auxiliar na manutenção da biodiversidade.
As áreas de transição dos ambientes fragmentados provocam uma redução de habitats, levando à um fenômeno denominado “efeito de borda” na qual as bordas de um fragmento florestal têm suas vegetações alteradas, além de aumentar os riscos de propagação de patógenos entre a área fragmentada e o seu entorno, sendo que a presença do homem aumenta esse efeito. A fragmentação é uma barreira para a dispersão, migração e vários outros fatores.
Segundo a A Lei nº 9.985/2000, os corredores ecológicos são:
“Porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais. “
Essa estratégia facilita a movimentação de espécies entre as “ilhas” de fragmentos florestais. Um ambiente fragmentado apresenta declínio de populações, aumento na endogamia, altas taxas de extinção de espécies, além do aumento de outras populações, levando a um desequilíbrio ecológico. A implantação de corredores ecológicos possibilita o fluxo de indivíduos e conectividade entre populações, reduzindo esses níveis.
Os corredores ecológicos têm muitas funções além da conectividade de fragmentos, como por exemplo, a função de habitat, por serem uma área com a combinação apropriada de recursos (alimento, abrigo, entre outros) e condições ambientais para a reprodução e sobrevivência das espécies, além disso, atuam como dispersores, os corredores ecológicos também já foram apontados como como fatores importantes na redução do número de atropelamentos.
É importante lembrar que cada caso deve ser bem estudado, visto que apesar de ser uma estratégia de conservação muito interessante, existem vários fatores envolvidos, como um local, tamanho, formato e composição adequados para a sua implantação, necessitando sempre de um estudo prévio e vários profissionais.
REFERÊNCIAS
Sérgio Valiengo Valeri * Mirela Andréa Alves Ficher Senô. A IMPORTÂNCIA DOS CORREDORES ECOLÓGICOS PARA A FAUNA E A SUSTENTABILIDADE DE REMANESCENTES FLORESTAIS.
ARANA, A. R. A.; ALMIRANTE, M. F. A Importância do Corredor Ecológico: UM ESTUDO SOBRE PARQUE ESTADUAL “MORRO DO DIABO” EM TEODORO SAMPAIO-SP. Geografia - v. 16, n. 1, jan./jun. 2007 – Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Geociências.
Passos, R.T. M.P.; Macedo, M.E.M. A IMPORTÂNCIA DOS CORREDORES ECOLÓGICOS NA REDUÇÃO DO NÚMERO DE ATROPELAMENTOS DE ANIMAIS NAS RODOVIAS.