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Foto do escritorÉrika Paula Caixeta

Afinal: a varíola é realmente dos macacos?

Atualizado: 21 de jan. de 2023

Recentemente, a população mundial tomou conhecimento sobre casos emergentes da nova varíola em 22 países fora do continente africano, incluindo no Brasil, uma doença zoonótica causada pelo vírus Monkeypox, do gênero Orthopoxvirus. Nesse mesmo grupo, está o vírus causador da varíola humana, doença erradicada do mundo em 1980, graças à vacinação em massa. Ambos os vírus possuem semelhanças, porém, não são iguais. Os primeiros casos foram apontados à Organização Mundial da Saúde (OMS) no dia 13 de maio deste ano.

As doenças causadas por Orthopoxvirus possuem algumas características em comum, entre elas, a capacidade de causar lesões na pele. Apesar de possuírem sintomas parecidos, a varíola que acomete os macacos, difere em outros aspectos daquela que interfere na saúde humana.

Quando a “varíola dos macacos” foi descoberta, recebeu esse nome devido ao fato do vírus ter sido primeiramente isolado quando primatas foram levados da África para um laboratório de pesquisa na Dinamarca, em 1958. Atualmente, o vírus já foi detectado em várias espécies, sendo que o reservatório natural da infecção ainda é desconhecido, sendo os roedores uma das principais suspeitas.

Entretanto, nos casos relatados atualmente, não foi possível identificar um animal ou local de origem da transmissão da doença. É necessário ressaltar ainda que a transmissão tem ocorrido de pessoa para pessoa, ou seja, uma transmissão comunitária entre seres humanos.

De forma lamentável, desde que começaram a surgir informações sobre essa nova doença, houve um aumento expressivo no número de casos de agressões contra primatas em diversas regiões do país. Devido a associações errôneas por parte da sociedade, diversas instituições relacionadas à pesquisa e vigilância em saúde têm esclarecido que, apesar da doença receber a nomenclatura de varíola dos macacos, o atual surto não tem participação destes animais na transmissão para seres humanos.

Dessa maneira, o receio de contágio dessa doença pela proximidade com os macacos não se justifica. Muitos microrganismos afetam a saúde de primatas humanos e não humanos, fazendo com que estes animais atuem como sentinelas quando se trata de exposição a doenças. Dessa forma, é essencial que a sociedade esteja consciente desse tipo de informação para que não haja associações errôneas que causem danos à fauna envolvida.

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