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Foto do escritorKétlen Monique Hoch Barbosa

Albinismo em animais selvagens

Atualizado: 24 de mar. de 2023

O albinismo é uma condição genética que resulta na ausência completa ou parcial de

pigmentação da pele, pelos e olhos dos animais. Embora seja raro em animais selvagens, o

albinismo foi documentado em diversas espécies, incluindo mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes. É causado por uma mutação em um ou mais genes responsáveis pela produção de melanina, proteína responsável pela coloração do pelo, pele e outros tecidos. Dessa forma, o organismo é incapaz de produzir melanina, resultando em uma aparência branca ou rosa pálida. Essa falta de pigmentação pode prejudicar a capacidade de camuflagem e de se proteger do predador, além de torná-lo mais suscetível a doenças de pele e câncer.

Embora o albinismo em animais selvagens seja relativamente raro, existem algumas espécies que parecem ser mais suscetíveis do que outras. Entre os mamíferos, por exemplo, já foi registrado em tigres, leões, zebus, cervos, antas, girafas e veados. Já entre as aves, as espécies mais comumente afetadas incluem corujas, pombos, aves aquáticas e aves de rapina.

Mesmo que o albinismo em si não leve esses animais a óbito (apesar de se tornarem suscetíveis a alterações secundárias) dificilmente eles serão vistos em vida livre, uma vez que a falta de pigmentação pode torná-los mais vulneráveis a predadores ou presas. Isso ocorre porque os animais afetados terão uma redução da sua capacidade de camuflagem, dificultando a sobrevivência em seus habitats naturais. Além disso, a falta de melanina pode afetar a visão e a audição, aumentando sua susceptibilidade a ataques de predadores ou dificultando a caça de presas.

Por serem mais suscetíveis a alterações dermatológicas e câncer devido à falta de proteção contra os raios ultravioleta, podem apresentar lesões cutâneas ou morte prematura. Também podem ter mais dificuldades para se reproduzir e formar laços sociais com outros indivíduos da mesma espécie, o que pode afetar sua sobrevivência e reprodução. E, infelizmente, a caça de animais albinos também é impulsionada pelo comércio ilegal de animais selvagens em alguns lugares do mundo. Esses fatores combinados tornam esses animais uma minoria na vida selvagem e, portanto, mais difíceis de serem vistos em vida livre.

Em cativeiro, as alterações na visão podem afetar a capacidade dos animais de se orientar no recinto, levando a comportamentos estereotipados, como andar em círculos. E, como ocorre também em vida livre, apresentam falta de socialização com indivíduos da mesma espécie. Dessa forma, é importante, no seu manejo, realizar enriquecimentos que permitam o desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas, além de proporcionar espaços bem projetados que ofereçam proteção contra a exposição excessiva à luz solar.

Dessa maneira, a importância desses animais reside na sua contribuição para a diversidade genética e para a manutenção da integridade dos ecossistemas em que habitam, além de suas alterações e adaptações a seu ambiente representarem fonte de estudo para melhor compreender a evolução e a ecologia de uma espécie.



REFERÊNCIAS


DE MELLO, Luciano Moura; CORRÊA, Luiz Liberato Costa; DE OLIVEIRA, Stefan Vilges. ALBINISMO EM ZORRILHO, CONEPATUS CHINGA (MAMMALIA, CARNIVORA, MEPHITIDAE). Revista de Ciências Ambientais, v. 10, n. 2, p. 157-161, 2016.


SILVA, Maraya Lincoln et al. Dermatite seborreica em anta albina (Tapirus terrestris). Veterinária e Zootecnia, v. 29, p. 1-7, 2022.


TORRES, Miriam; FRANKE, Irma. Reporte de albinismo en Podiceps major, Pelecanus thagus y Cinclodes fuscus y revisión de aves silvestres albinas del Perú. Revista Peruana de Biología, v. 15, n. 1, p. 105-108, 2008.


VEIGA, L. A. Um caso de albinismo em Tayassu tajacu Linnaeus (Artiodactyla, Tayassuidae) na

Serra do Mar, São José dos Pinhais, Paraná. Revista Brasileira de Zoologia, v. 11, p. 341-343, 1994.

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