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Assassinos do mar? O estigma sobre tubarões

Os tubarões são peixes cartilaginosos e pertencem à subclasse elasmobrânquios, assim como as arraias. No Brasil ocorrem cerca de 151 espécies de tubarões e arraias. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em estudo de 2009 a 2013, demonstrou que cerca de 40% das espécies brasileiras estão ameaçadas de extinção, sendo que 18% estão classificadas como criticamente ameaçadas; 5% estão em perigo; 16% vulneráveis; e 1% foi considerada extinta regionalmente.

Quem nunca assistiu a um filme de tubarão, não é? Nesses filmes os tubarões são representados como assassinos, máquinas mortíferas com sede de sangue, de uma forma nem um pouco natural e com habilidades que vão além da capacidade física normal desses animais, criando um grande estigma sobre esses peixes, que são temidos por muitas pessoas. Mas os tubarões são os assassinos dos mares? Esses animais ocupam o topo de cadeia alimentar, o que significa que se alimentam de outros animais menores, por isso são bem adaptados à caça, fazendo controle populacional de suas presas, o que é essencial para manter o equilíbrio do ambiente marinho. Humanos estão longe de serem comida para eles, os ataques ocorrem acidentalmente, por nos confundirem com presas comuns ou como defesa por invasão de território, principalmente em época de reprodução, e só resultam em morte ao humano atacado se ocorrer afogamento, hemorragia ou demora no atendimento.

Por mais que pareçam ocorrer com grande frequência por conta da grande repercussão nas mídias, o Arquivo Internacional de Ataques de Tubarão, do departamento do Museu de História Natural da Flórida, avaliou os incidentes de 2005 até 2014 no Brasil, e no total ocorreram 12 ataques, sendo que apenas dois foram fatais, um número muito baixo comparado a outros acidentes, como queda de raios ou ataques por cachorros.

Um dos principais fatores para diminuição da população de tubarões no Brasil e no mundo deve-se à pesca predatória ilegal, conhecida como finning, que consiste na captura, retirada das barbatanas com o animal ainda vivo e, em seguida, devolução ao mar, para que morram por afogamento, hemorragia ou predação por outros animais. As barbatanas são valiosas no mercado oriental, para produção de sopas, que segundo a medicina tradicional chinesa fortalece a saúde. Por ser uma atividade muito rentável é difícil que os pescadores deixem de realizá-la. Em alguns países o turismo consciente vem sendo utilizado como alternativa, por ser uma fonte de renda ainda maior, tendo demonstrado que um tubarão vivo é muito mais lucrativo que sua barbatana.

A extinção desses animais afeta o equilíbrio do ecossistema marinho, colocando em risco todas as vidas aquáticas, o que impacta também na vida terrestre, inclusive a vida humana. É de extrema importância acabar com o estigma criado sobre os tubarões, por meio de educação ambiental. A conscientização da população leva à exigência por políticas governamentais que tenham como objetivo proteger esses animais fascinantes e podem trazer alternativas para famílias que dependem de sua pesca.



REFERÊNCIAS


INSTITUTE SHARK ATTACK FILE – ISAF. Disponível em: http://www.flmnh.ufl.edu/fish/sharks/isaf/isaf.htm. Acesso em: 20 de julho 2020.


Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade- ICMBio. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=4247&Itemid=999. Acesso em: 20 de julho 2020.


DANTAS, S. K. B. O. Turistas e tubarões: a educação ambiental como aliada para uma convivência saudável. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Turismo) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016.

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