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Conchas do Mar

Conhecidas por despertar interesse àqueles que vão ao litoral, as conchas do mar têm coloração e formatos intrigantes provocando nos banhistas a curiosidade e até mesmo o desejo de colecionar esses envoltórios. Anteriormente, essas cascas eram animais pertencentes, majoritariamente, ao filo Mollusca que morreram de diversas causas e após a decomposição desses invertebrados, as conchas podem ser encontradas em diferentes lugares como no fundo dos mares, lagos e, inclusive, à beira mar. Os mexilhões, as ostras, os mariscos e grande parte das conchas encontradas nas costas marinhas são alguns exemplos de moluscos da classe dos bivalves. Esses animais são exclusivamente aquáticos e, predominantemente, de água salgada, possuem o corpo comprimido por duas valvas, em sua maioria, simétricas bilateralmente, porém existem exceções como os mexilhões. A alimentação dessa classe é, em sua maioria, por filtração, porém existem espécies necrófagas e predadoras. As valvas podem se movimentar pela abertura do ligamento elástico, parcialmente calcificado, e se fechar pela contração dos músculos adutores. São animais considerados sedentários, por passar grande parte do tempo enterrados. Pouco se locomovem e os movimentos de deslocamento não são tão eficientes quanto os dos gastrópodes - outra classe de moluscos que apresentam “pés” mais desenvolvidos. A estrutura das conchas podem ser divididas em três camadas chamadas de nacarada, prismática e perióstraco. Todas as partes são formadas por carbonato de cálcio, a nacarada possui a deposição de placas em forma de lâminas e está em contato com o corpo do animal, podendo se regenerar e crescer de acordo com a idade e a espécie do molusco. A prismática é a camada intermediária, estruturada em formato de prisma e não se regenera como a anterior. A camada mais externa, o perióstraco, além de carbonato de cálcio também possui aminoácidos e proteínas fazendo a proteção de todas as outras camadas e, também, não se regenera após o crescimento completo do molusco. Existem algumas teorias sobre as colorações das conchas, porém não existe nenhuma definitiva e direcionada especificamente para a classe dos bivalves uma vez que as hipóteses são baseadas em outros grupos de moluscos e não comportam a maioria das espécies. Sabe-se que as cores são formadas por pigmentos orgânicos como melaninas (preto), porfirinas (verde), carotenóides (amarelo) e indigóides (azul e vermelho). Ainda assim, é necessário mais pesquisas para se entender o porquê, como e qual a finalidade do depósito desses pigmentos. Apesar de bem atrativas aos olhos humanos vazias ou não, as conchas são importantes para o equilíbrio aquático e não devem ser retiradas do seu hábitat natural. Mesmo após os moluscos abandonarem as conchas, a decomposição carbonato de cálcio é essencial para o aumento da concentração de carbonato e de cálcio nos mares, permitindo que se possa ter substrato para fortalecimento de outras espécies, formação de ossos e de novos organismos. Portanto, retirar essas conchas da praia é prejudicial ao ecossistema marinho uma vez que pode provocar aumento da erosão nas praias, prejudicar o desenvolvimento de outros seres vivos e interferir no ciclo biogeoquímico do carbono. Além de ser imprescindível entender que esses invertebrados têm um papel fundamental na natureza, esses moluscos bivalves também têm uma grande importância econômica tanto na culinária quanto na produção de jóias. Assim, o investimento em educação ambiental, turismo eco sustentável e boas práticas de bem-estar são essenciais para ensinar e conscientizar tanto a população quanto os profissionais que trabalham na área. Apesar de terem características belas que atraem aos olhos humanos e exista o desejo de guardar recordações físicas, levando-as para casa, é importante lembrar que esses seres vivos são essenciais ao ecossistema e não devem ser retirados das costas marinhas, areia, fundo dos mares, ou seja, do seu hábitat natural. REFERÊNCIAS AUR, D.. Por que você não deve recolher e levar pra casa as conchas do mar. Green Me Brasil, 2019. Disponível em: <https://www.greenmebrasil.com/informarse/biodiversidade/7518-por-que-nao-recolher-conchas-do-mar/>. Acesso em: 25 de setembro de 2021. D’ÁVILA, Sthefane; RESENDE, Raquel. A cada um a sua concha. Revista Brasileira de Zoociências 17(2): 7-15. 2016. Acesso em: 25 de setembro de 2021. ESTEVES, C., Vanin, S., & Cunha, C. Cores das conchas. Conchas Brasil - Conquiliologistas do Brasil, 2019. Disponível em: <http://www.conchasbrasil.org.br/materias/coloracao/default.asp>. Acesso em: 25 de setembro de 2021. GABALDO, K. A. Bivalves. Info Escola Brasil, 2010. Disponível em: <https://www.infoescola.com/moluscos/bivalves/>. Acesso em: 25 de setembro 2021. MENEGUELLI, G. Erosão e acúmulo de sedimento: litoral brasileiro sendo destruído pelo homem. Green Me Brasil, 2019. Disponível em: <https://www.greenmebrasil.com/informarse/cidades/7484-erosao-costeira-brasil/> . Acesso em: 25 de setembro de 2021. PIMPÃO, Daniel M. Morfologia comparada de moluscos bivalves da Amazônia direcionada à taxonomia e sistemática filogenética de Hyriidae. Acesso em: 25 de setembro de 2021. SANTOS, V., & Ritter, M. Vamos falar sobre as conchas da praia? UFRGS - CECLIMAR, 2020. Disponível em: <https://www.ufrgs.br/ceclimar/vamos-falar-sobre-as-conchas-da-praia/> Acesso em: 25 de setembro de 2021. SANTOS, V. S.d. Moluscos. Mundo Educação, 2019. Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/filo-mollusca.htm>. Acesso em: 25 de setembro de 2021.


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