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Encontrei um morcego caído, E AGORA?Encontrei um morcego caído, E AGORA?Encontrei um morcego caído,

M.V. Adressa Kagohara

Eventualmente nos deparamos com criaturinhas inusitadas pelos nossos caminhos e é importantíssimo conhecer um pouco mais sobre algumas delas, para saber como lidar caso sejam encontrados caídos por aí.

Os morcegos são mamíferos e pertencem à ordem Chiroptera. Os quirópteros se dividem em 18 famílias e são mais de mil espécies, são alvos de diversas crenças e mitos negativos, como vampirismo e má sorte, estereótipos estes que os tornaram espécies indesejáveis e pouco toleradas pelos seres humanos.

Mas ao contrário do que muitos pensam, a maioria dos morcegos não são exclusivamente hematófagos (que se alimentam de sangue), sendo esta dieta restrita a somente três espécies, Desmodus rotundus, Diaemus young e Diphylla ecaudata, que geralmente habitam zonas rurais.

As outras espécies de morcegos possuem uma dieta variada, podendo esta ser frugívora (que se alimenta de frutas), nectívora (que se alimenta de néctar, pólen e flores), carnívora (que se alimenta de outros pequenos vertebrados) e insetívora.

- Cada uma dessas dietas tem um papel extremamente importante para manutenção dos ecossistemas em que esses animais vivem, deste modo, seu extermínio traz grandes prejuízos à vida silvestre.

- São espécies de hábitos noturnos, sendo possível observar a movimentação dos indivíduos ao entardecer, quando saem em busca de alimento. Logo, ao encontrar um morcego caído ou voando durante o dia, há um forte indicativo de enfermidade e/ou alteração comportamental. Sendo assim, deve-se ter cautela, pois esses animais são vetores de zoonoses importantes e em ambas as situações o animal pode atacar.

- Os morcegos são considerados um dos principais vetores do vírus da Raiva, uma doença que acomete mamíferos, incluindo o ser humano (zoonose) e devido a sua alta letalidade e a ineficiência de tratamentos, é uma afecção de grande importância em saúde pública.

- O vírus é principalmente transmitido pela saliva dos animais infectados, logo o contato direto com indivíduos suspeitos deve ser evitado! Mas além de evitar o contato direto, é importante recolher o animal do local, a fim de que se evite o contato do mesmo com outros animais e/ou outras pessoas.

SEGUEM ALGUMAS INSTRUÇÕES DE COMO PROCEDER:

> Uso de luvas grossas, como as de raspa de couro, e uma toalha, a fim de garantir a segurança das mãos. Além desses cuidados, caixas ou potes podem ser utilizados para captura do animal.

> É aconselhável que se evite o manuseio direto com as mãos, mesmo utilizando equipamentos de proteção.

> NÃO SE ESQUEÇA DE FAZER PEQUENOS FUROS NA CAIXA OU RECIPIENTE NO QUAL O ANIMAL SERÁ CONDICIONADO.

> Após estar seguro dentro do recipiente, entre em contato com secretaria municipal de saúde (SMS) e/ou Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da sua cidade, para saber como proceder em relação à destinação do animal.

Caso tenha observado animais em contato com o animal, notifique também aos órgãos responsáveis (SMS ou CCZ).

*Caso o animal seja de sua guarda, certifique-se que o protocolo vacinal está atualizado e leve-o ao veterinário o mais rápido possível, para futuras recomendações.

Em caso de acidentes com mordedura ou contato direto com o animal (pelos, saliva, unhas e dejetos) procure por atendimento médico, IMEDIATAMENTE!

Fontes:

- Guia de Manejo e Controle de Morcegos – Técnicas de identificação, captura e coleta, 2012.

- Morcegos do Brasil, 2007.

- Normas Técnicas de Profilaxia da Raiva Humana, 2011.

- Tratado de Animais Selvagens, 2º Edição, 2014

A Autora: Andressa Kagohara é médica veterinária pela UFRRJ – 2017;

Bolsista de Apoio Técnico Profissional no Hospital Veterinário da UFRRJ no Setor de Medicina de Animais Selvagens e no Setor de Clínica Médica de Animais de Companhia e Membro da ABRAVAS.

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