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Raffaela Serrano

Ilha de Alcatrazes: entre serpentes e pererecas, um ponto no mapa da biodiversidade

Você já ouviu sobre a Ilha de Alcatrazes? Esse lugar fica no Oceano Atlântico, próximo à costa de São Sebastião, litoral norte de São Paulo, e forma um arquipélago de biodiversidade ímpar, sendo de fundamental importância biológica, geológica e evolutiva. Lá são encontradas mais de 20 espécies endêmicas, das quais já se tem relatos até a atualidade. De acordo com o documento das Áreas e Ações Prioritárias para Conservação e Utilização Sustentável e Repartição de Benefício da Biodiversidade (Portaria MMA nº 09/2007), a Ilha de Alcatrazes é a terceira colocada em níveis de riqueza biológica da América do Sul, caracterizada como de extrema importância biológica, com prioridade de ação extremamente alta. Suas principais fisionomias são refletidas por costões rochosos, com predomínio de mata densa de encosta e, consequentemente, com uma fauna repleta de espécies exclusivas, como é o caso da perereca-de-Alcatrazes (Scinax alcatraz) e da jararaca-de-Alcatrazes (Bothrops alcatraz).


Diante desse breve cenário, percebe-se o quão valiosa é a preservação desse ambiente, o qual, infelizmente, vem sendo alvo de bombardeios e incêndios de exercício pela Marinha brasileira, desde 1982. Além disso, também sofre com ausência de medidas protetivas eficazes, sendo este um grande motivo para ambientalistas buscarem formas de transformar o arquipélago em um parque nacional, de modo também a trabalhar a recuperação da vegetação devastada.


Quando se aborda o endemismo e a biodiversidade desse ambiente, pode-se trazer como um forte exemplo a perereca-de-Alcatrazes. Essa é uma espécie de anuro que somente se reproduz em bromélias da Ilha de Alcatrazes, estando criticamente ameaçada de extinção, por conta dos ataques ao arquipélago. Como forma de incentivar a preservação dessa Estação Ecológica, existe a conscientização por meio da informação, uma fonte poderosa de conhecimento que pode ser associada à fala do escritor Johann von Goethe “a natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas", para fortalecer essa ação. Ou seja, ao trazer essa frase ao cenário de Alcatrazes, pode-se entender que estudar e pesquisar suas características endêmicas, contribui para com os estudos e pesquisas de sua biodiversidade, reconhecendo o inestimável valor de preservar e conservar essa ilha.



NISHIDA, S.; HAYASAKA, E. Reprodução dos Anfíbios Anuros. Universidade Estadual Júlio Mesquita Filho. Disponível em: https://www2.ibb.unesp.br/Museu_Escola/Ensino_Fundamental/Origami/Documentos/Anfibios.htm.


PENTEADO, Marli. Arquipélago dos Alcatrazes: um modelo para monitoramento de biodiversidade. In: Resumo do III Congresso Latino-Americano de Ecologia e IX Congresso de Ecologia do Brasil. 2009. p. 10-17.


VAZ, Renata Ibelli. Efeitos de ambientes artificiais no perfil da comunidade microbiana cutânea de Scinax alcatraz (Anura: Hylidae). 2016. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

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