Os marsupiais, também conhecidos como gambás, mucuras e saruês, pertencem a família Didelphidae (Cubas et al, 2006) e desempenham relevância na função ecológica, podendo ser dispersores de sementes, predadores de animais peçonhentos, como escorpiões, e controladores populacionais de roedores (Soeiro, 2022). Essa espécie é objeto de pesquisas científicas em inúmeras áreas afins, incluindo a histologia de seus órgãos. Assim, o objetivo deste painel é mostrar para a comunidade acadêmica e a para os amantes de marsupiais a características microscópicas do rim de Didelphis marsupialis.
O sistema urinário possui um importante papel no processo de homeostase por realizar a filtração do sangue, excretando resíduos nocivos durante a formação e eliminação da urina (Konig e Liebich 2021; Kardong, 2006). Esse sistema é formado por um par de rins, um par de ureteres, uma vesícula urinária e uma uretra (Fontinele, 2022). Os rins de D. marsupialis são unilobares, apresentaram localização retroperitoneal e possuem um formato de “grão de feijão”, sendo o rim direito se encontra mais cranial que o esquerdo, recoberto por uma cápsula fibrosa (Fontinele, 2022), semelhante a maioria dos animais domésticos (Dyce et al., 2019).
Ferreira (2022) descreveu o parênquima renal de D. marsupialis como sendo coberto por uma camada externa de tecido conjuntivo e está dividido em zona cortical e em zona medular onde é possível encontrar corpúsculo renal, túbulo contorcido proximal, alças de Henle, túbulo contorcido distal e túbulo coletor. O corpúsculo renal é formado por um tufo de capilares formando o glomérulo, bem como folheto parietal simples pavimentoso e o folheto visceral que compõe a cápsula de Bowman, que está íntimamente ligada ao primeiro segmento tubular, o túbulo contorcido proximal, o qual possui um epitélio cúbico simples. As alças de Henle são divididas em dois ramos, fino e grosso. O túbulo contorcido distal também possui epitélio cúbico simples e desemboca nos túbulos coletores. Esta organização microscópica é semelhante à descrita para mamíferos domésticos (Eurell e Frappier, 2012 ; Samuelson, 2011).
Autora: Jordana Paiva – Vice-diretora de Representantes Regionais
Revisão: Iago Junqueira - Parceiro do GEAS Brasil pela The Wild Place
Referências Bibliográficas:
CUBAS, Z.; SILVA, J.; CATÃO-DIAS, J. Tratado de Animais Selvagens–2ª edição. São Paulo, editora Roca, 2006.
SOEIRO, Luiza Thereza Abtibol. Morfologia e ultraestrutura do baço do gambá Didelphis marsupialis (Linnaeus, 1758). 2022.
EURELL, Jo Ann; FRAPPIER, Brian L. Histologia veterinária de Dellmann. Tradução: Fernando Gomes do Nascimento, 2012.
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