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Foto do escritorYanca Antunes Salomoni

Muito mais que mel

Ainda que nos últimos tempos as abelhas tenham aparecido no cenário mundial como um dos principais fatores para a manutenção da vida selvagem e humana, a maioria das pessoas, infelizmente, não consegue entender a importância e como a falta desses insetos pode afetar até mesmo a nossa alimentação diária. Responsáveis pela polinização de 73% das espécies de plantas cultivadas mundialmente, as abelhas atuam levando o grão de pólen de flor em flor estimulando a reprodução e mantendo o meio ambiente renovado.

De maneira cíclica, as plantas são polinizadas pelas abelhas e, então, as árvores e os frutos podem ser utilizados como alimentação, ninhos e abrigo pelos animais. Dessa forma, a extinção desses insetos, pode ocasionar a queda na manutenção orgânica da natureza levando a extinção de milhares de animais, plantas e do meio ambiente no geral. Para ficar mais claro, frutas como melão, mamão, melancia, limão, tomate, caju e abacate, grãos como amendoim e amêndoas, legumes como cebolas e brócolis além de outras espécies selvagens de árvores e plantas deixariam de existir, afetando os ecossistemas e consequentemente o nosso cotidiano.

Por volta de 2006, nos Estados Unidos da América (EUA) foi registrado novamente uma queda de 30 a 90% da população de abelhas, principalmente, na região da Califórnia e Sul dos EUA e a professora Diana Cox-Foster, da Universidade da Pensilvânia, denominou esse fenômeno como Desordem do Colapso das Colônias (DCC). A DCC é identificada, principalmente, pelo desaparecimento das populações de operárias, preservação da rainha e uma abundância de mel dentro da colméia. Essa desordem ainda não tem causa definida, mas suspeita-se dos agrotóxicos como pesticidas, inseticidas e a infestação pelo ácaro ectoparasita do gênero Varroa. No Brasil, uma estatística apresentada pelo professor Lionel Segui Gonçalves, da Universidade de São Paulo, aponta que entre março de 2014 até agosto de 2017 foram registradas de 300 ocorrências pelo aplicativo Bee Alert e, assim, foi calculada uma perda, em torno de 20 mil colméias e a morte de mais de 1 bilhão de abelhas. Como na DCC, as principais causas levantadas foram o uso indiscriminado de agrotóxicos, sendo relacionados com 90% da queda populacional desses insetos, o desmatamento e a seca.

Com a intenção de diminuir as perdas dessas populações, cada um de nós pode tomar atitudes simples, mas que farão toda a diferença no futuro do nosso planeta. Inicialmente, devemos entender a importância das abelhas. Em seguida, incentivar a fiscalização, substituição e pesquisas sobre os agrotóxicos e como eles afetam as abelhas domésticas e selvagens ou até mesmo substituí-los por defensivos biológicos.

Por fim, pode-se utilizar ambientes urbanos como jardins comunitários ou o quintal das casas com o intuito de retardar o processo de extinção e estimular a polinização desses artrópodes. Tendo em vista a importância das abelhas e a procura para fazer um mundo melhor, plantas do gênero Lavandula (Lavanda), Coriandrum (Coentro), Nepeta (Erva-de-gato), Thymus (Tomilho), Crocus (Açafrão) são conhecidas como flora apícola ou plantas bee-friendly e atraem as abelhas ajudando nessa manutenção ambiental.


Café-da-manhã COM abelhas

Café-da-manhã SEM abelhas

Fonte: http://www.semabelhasemalimento.com.br/home/consequencias/

Fonte: https://www.fatosdesconhecidos.com.br/o-que-aconteceria-se-as-abelhas-fossem-completamente-extintas/

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