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O Misterioso Tamanduaí: O Menor Tamanduá do Brasil.

Pouco se conhece em relação ao Tamanduaí, porém pesquisadores (brasileiros) vêm dedicando diversas pesquisas relacionadas a essa espécie misteriosa. Antigamente acreditava-se que houvesse apenas uma espécie de tamanduaí, porém diversas pesquisas foram feitas e comprovaram que há sete espécies de Cyclopes existentes na atualidade.


Segundo a IUCN/SSC Anteater, Sloth and Armadillo Specialist Group (ASASG, formerly Edentate Specialist Group), existem sete espécies de Cyclopes: Cyclopes didactylus; Cyclopes dorsalis; Cyclopes ida; Cyclopes catellus; Cyclopes rufus; Cyclopes thomasi; Cyclopes xinguensis.


Eles são os menores tamanduás do mundo, possuem um comprimento do corpo de 20 cm e comprimento de cauda em torno de 25 cm, com peso relativo em 300 g, com uma cauda preênsil. Possui uma distribuição relativamente pequena, que vai do leste da Colômbia, leste e sul da Venezuela, ilha de Trinidad, Guianas e norte e nordeste do Brasil.


É uma espécie que vive quase toda sua vida entre os galhos de árvores, descendo ao chão poucas vezes durante sua vida. Este pequeno mamífero dorme durante o dia, possui hábito noturno crepuscular, pela noite tem comportamento de forragear em busca de alimentação. É um oportunista que se alimenta quase inteiramente de formigas e cupins, mas também pode ingerir besouros.


Como os outros tamanduás eles são solitários, porém machos e fêmeas podem ser vistos juntos na época de reprodução. Além disso, esse é o único tamanduá que o macho em algumas circunstâncias pode carregar o filhote no dorso e dividir o cuidado parental. Possui uma gestação de aproximadamente 120 a 150 dias, com o nascimento de um filhote.


Segundo a Red List of Threatened Species da IUCN (International Union for Conservation of Nature) o Cyclopes didactylus é enquadrado em Pouco Preocupante em relação ao estado de conservação. Uma população isolada e geneticamente distinta é encontrada no nordeste e é classificada regionalmente como Criticamente em perigo. Cyclopes didactylus é afetado pela perda de hábitat, principalmente na Mata Atlântica brasileira que o plantio de cana-de-açúcar é o grande responsável pelo desmatamento.


Por ser um animal calmo e considerado fofo pela população, muitas pessoas pegam o animal para ser criado dentro de casa, porém por diversas circunstâncias o manejo desses animais em cativeiro normalmente é de forma errônea. Além disso, uma lenda circunda o tamanduaí, segundo relatos de comunidades, caso esse animal seja levado para dentro de casa, mesmo preso, ele desaparece e some do cativeiro, levando assim a lenda que o tamanduaí é um bicho fantasma ou bicho encantado.


Hoje no Brasil, existem estudos específicos com o tamanduaí, o Instituto Tamanduá se dedica em entender e conhecer aspectos ecológicos e biológicos para conservação desses animais. Alexandre Martins Costa Lopes, é biólogo, vice-presidente do Instituto Tamanduá e coordena o projeto de pesquisa: Programa de Conservação do Tamanduaí (Cyclopes didactylus) no Nordeste Brasileiro.

Referências:

MIRANDA, F.; CASALI, D.; PERINI, F.; MACCHADO, F.; SANTOS. 2017. "Taxonomic review of the genus Cyclopes Gray, 1821 (Xenarthra: Pilosa), with the revalidation and description of new species"; Zoological Journal of the Linnean Society 2017 XX: 1–35 (zlx079).


MIRANDA, F.; VELOSO, R.; SUPERINA, M.; ZARA, F. J. Food Habits of Wild Silky Anteaters (Cyclopes didactylus) of São Luis do Maranhão, Brazil. Edentata. Washington: n. 8-10, p. 1-5, 2009.


Cyclopes didactylus (Tapacara, Serafin de Platanar, Silky Anteater). In: JANZEN, D. H. (Ed.). Costa Rican Natural History. Chicago: Univesity Chicago Press, 1983b, p. 461-463.

Impacts of vermilinguas (Cyclopes, Tamandua: Xenarthra = Edentata) on arboreal ant populations. In: MONTGOMERY, G. G. (Ed.). The Evolution and Ecology of Armadillos, Sloths, and Vermilinguas. Washington and London: Smithsonian Institution Press, 1985a, p. 351-363.


Tamanduá: IUCN/SSC Anteater, Sloth and Armadillo Specialist Group. Disponível em< https://www.xenarthrans.org/pt/tamanduas/> acesso em 25 de maio de 2020.


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