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O que você sabe sobre quatis?

Atualizado: 2 de mai.



Os quatis (Nasua nasua) são carnívoros de médio porte, membros da família Procyonidae, exclusivos da América do Sul e Central. Ocorrem desde o sul da Colômbia até o norte do Uruguai, da Argentina e em múltiplos biomas brasileiros. O nome da espécie vem de seu comportamento no momento em que dorme, significando: “aquele que dorme com o nariz na barriga”. Seu corpo pode medir de 40,0 a 65,0 cm de comprimento e sua cauda pode variar de 42,0 a 55,0 cm, sendo os machos maiores que as fêmeas. Possui coloração alaranjada, avermelhada para marrom escuro ou acinzentada, sobrepondo-se com o amarelo. Essas variações na coloração da pelagem são encontradas ao longo de toda a sua área de distribuição. A cauda apresenta anéis de coloração mais clara que o resto de sua pelagem. Possuem uma cabeça alargada que termina em um estreito e prolongado focinho muito saliente, pontiagudo e de grande mobilidade.

Os quatis são animais de hábitos sociáveis, diurnos e bastante adaptáveis a áreas modificadas. As fêmeas vivem em bandos, enquanto os machos vivem sozinhos depois de adultos. Todavia, os machos aceitos durante a época de acasalamento (julho e agosto), se mantêm fiéis ao grupo, é dessa forma que, os bandos, que podem variar bastante de acordo com a região, chegam a ter até 30 indivíduos. A gestação dura em torno de 75 dias e ao final dela, as fêmeas se separam do grupo para dar à luz em ninhos construídos nas árvores, onde podem nascer entre um e sete filhotes, que ao completarem um mês de vida, retornam ao bando com suas mães.

Além disso, o quati usa seu focinho alongado para procurar por comida, sua dieta onívora oportunista pode incluir frutas, insetos, pequenos répteis, crustáceos, peixes, anfíbios e pequenos mamíferos. Ademais, podem ser considerados como dispersores de sementes ao consumir frutos defecando sementes intactas, e também apresentam interações de associação e mutualismo com várias espécies de aves. Atualmente, a espécie é considerada como “pouco preocupante” pela IUCN e “Vulnerável” pela lista nacional do ICMBio. Contudo, não deixa de ser sensível à perda de habitat florestal. O Parque das Mangabeiras, uma unidade de conservação do município de Belo Horizonte cercada por áreas urbanizadas e mineradas, possui uma densidade de quatis maior do que em outras localidades onde foram conduzidos estudos com a espécie.

 Nesta região os animais recebem alimentação dos visitantes e são frequentemente visualizados acessando o conteúdo de lixeiras tanto do parque quanto das residências de áreas do entorno. Essa realidade, aliada a ausência de predadores, eleva o número de quatis, o que contribui para um cenário de conflito entre os animais e as pessoas devido a situações como mordidas, arranhões e roubo de comida. Esses animais também podem ser atropelados ou ainda, contrair/disseminar doenças entre animais domésticos e silvestres. 

Desde 2007, o Projeto Quatis, estima o número de quatis através da técnica de marcação e recaptura, dessa forma é estudado o comportamento dos quatis, assim como a análise de ocupação da área pelos bandos. Os aspectos clínicos e sanitários dos bandos também são avaliados, assim como os impactos da influência antrópica sob a espécie. Dessa forma, o projeto busca alternativas de minimizar conflitos com as espécies, elaborar planos de manejo e colaborar no contexto da Saúde Única.


Autora: Janaina Duarte


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

HEMETRIO, Nadja Simbera. Levantamento Populacional e Manejo de Quatis (PROCYONIDAE: Nasua nasua) no Parque das Mangabeiras, Belo Horizonte, MG. Tese (Mestrado em Ecologia) Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, 2011.

Quati – Nasua nasua. Onçafari. Disponível em < https://oncafari.org/especie_fauna/quati/> Aceso em: 26 de julho de 2021.

O Quati. Projeto Quatis. Disponível em < https://oncafari.org/especie_fauna/quati/> Aceso em: 26 de julho de 2021.

BEISIEGEL, Beatriz de Mello, CAMPOS, Cláudia Bueno. Avaliação do risco de extinção do Quati Nasua nasua ( Linnaeus, 1766) no Brasil. Biodiversidade Brasileira-BioBrasil, 3(1), 269-272,2013.


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