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Foto do escritorLitssa Maria Pires Maia Galvão

Por que os camaleões trocam de cores?

Os Camaleões são répteis da ordem Squamata e subordem Sauria, conhecidos pela sua beleza e impressionante capacidade de trocar de cores. Dentro da família Chamaeleonidae existem cerca de 150 espécies, sendo que algumas podem chegar até 60 cm de comprimento, e sua dieta é baseada em insetos e outros pequenos invertebrados. Além disso, são considerados bastante territorialistas e possuem hábitos individuais, com exceção do período reprodutivo.

A sua capacidade de trocar de cor decorre de dois mecanismos celulares. O primeiro mecanismo se dá pelos cromatóforos, células que possuem pigmentos de diferentes cores e que mudam conforme os estímulos cerebrais, rearranjando sua conformidade e destacando uma determinada cor. O segundo mecanismo, descoberto mais recentemente, são os iridóforos, nanocristais que funcionam como um prisma, de modo que conseguem refletir diversos comprimentos de onda de luz, o que permite que eles expressem várias cores. Essa troca de cores funciona por meio de um mecanismo neuroendócrino, não sendo dependente da inervação local para que, após o estímulo cerebral, a região troque de cor.

O sistema oftálmico dos camaleões é bem especializado, seus olhos são posicionados lateralmente ao seu crânio e possuem um campo de visão espacial independente, sendo importante para sua percepção do ambiente, o que irá influenciar em uma das funções da sua capacidade de troca de cores, que seria a camuflagem. Esses animais possuem essa capacidade como forma de auto-defesa, visto que são presas fáceis para pássaros, cobras e até pequenos primatas. Outra função da troca de cor é a comunicação, a depender da situação camaleões trocam de cores quando querem “transmitir” alguma mensagem, por exemplo: quando dois machos se encontram e disputam pelo território, eles exibem cores chamativas, como amarelo, vermelho e branco, para ficarem visíveis e competirem pela sua dominância, o que exibir mais cores e for maior irá ganhar a disputa. Outra situação é quando um macho quer chamar atenção de alguma fêmea, nesse contexto, ele também se mostra com cores chamativas e a fêmea, a depender do seu status de disponibilidade, responderá com uma cor mais escura, caso já tenha sido fertilizada, ou permanecerá com sua cor marrom-esverdeada, caso esteja disponível. Estudos recentes também chamam atenção para uma terceira possível função da troca de cor, que estaria envolvida em um mecanismo de termorregulação, o que já ocorre em outros lagartos e que necessita de ser estudado mais profundamente em camaleões.

Dentro da classificação da lista vermelha da IUCN, as diversas espécies estão distribuídas entre Menos Preocupantes (80), Quase Ameaçada (37), Vulnerável (25), Em Perigo (37) e Criticamente em Perigo (10), sendo que para algumas não existem dados suficientes para a sua classificação (10). Esses animais possuem uma baixa capacidade de dispersão e a suas principais ameaças envolvem as mudanças de seus ambientes naturais, alterações climáticas e a crescente expansão urbana. Desse modo, com base nessas informações, é possível pensar em planos de conservação da espécie, como melhor manejo e proteção do ambiente e da própria espécie.

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