As antas são mamíferos ungulados, que dividem a ordem Perissodactyla com os equídeos e rinocerontes. São membros da família Tapiridae que é formada apenas pelo gênero Tapirus; existem 5 espécies de antas em todo o mundo, são elas: Tapirus terrestris (anta-sul-americana); T. bairdii (anta-americana); T. pinchaque (anta-da-montanha), T. indicus (anta-asiática) e T. kabomani (recentemente descrita).
Os indivíduos da família Taparidae habitam principalmente ambientes florestais, porém também podem ser encontradas em áreas abertas; são adaptadas a uma grande variedade de habitats, desde lugares úmidos a secos. No Brasil ocorrem as espécies T. terrestris e T. kabomani (descrita em 2013, pouco se sabe sobre a espécie).
Em relação a alimentação, as antas são herbívoras e bastante seletivas, têm a dieta muito diversificada composta na maior parte por folhas e outras fibras vegetais e em menor parte por sementes e frutos. A alimentação e distribuição desses animais garantem o nome de jardineiras das florestas, uma vez que, por se alimentar de sementes é uma excelente dispersora, tendo papel importantíssimo na manutenção da biodiversidade.
A espécie T. terrestris, também conhecida como Anta-brasileira, foi classificada como vulnerável em 2018 pela IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza), porém sua distribuição em território nacional é heterogênea, com mais indivíduos presentes na Floresta Amazônica e Pantanal; nos biomas Floresta Atlântica e Cerrado a espécie está ameaçada de extinção e está regionalmente extinta na Caatinga e regiões nordeste da Floresta Atlântica. A atividade humana está diretamente relacionada ao declínio da população de antas, principalmente pela fragmentação de seu habitat e da caça, além disso, também são ameaças os atropelamentos em rodovias e a expansão da pecuária, que permite o contato próximo das antas com animais domésticos, facilitando o transito de agentes infecciosos e parasitários.
O Dia Mundial da Anta (27 de abril) tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância biológica desses animais, como as atividades antropogênicas estão colocando em risco a viabilidade da espécie e, além disso, apresentar ações que estão sendo tomadas a fim de controlar a situação e trabalhar na conservação desses mamíferos, a partir de diversas pesquisas científicas e projetos de conservação.
Conheça alguns projetos em:
Referências:
CUBAS, Z. S.; SILVA, J. C. R.; CATÃO-DIAS, J. L. Tratado de Animais Selvagens: Medicina Veterinária. 2.ed. São Paulo: Editora GEN/Roca, 2014.
IUCN. The IUCN Red List of Threatened Species, 2020. Disponível em: <www.iucnredlist.org>. Acesso em: 27 abr. 2020.
PEREIRA, S. G.; BORGES, D. C. S.; SANTOS, A. L. Q. (2017). Aspectos histológicos dos músculos da região da escápula e do braço de anta - Tapirus terrestris – Perisodactyla, Tapiridae. Revista Acadêmica: Ciência Animal. 15. 1. 10.7213/academica.15.2017.01.
SÁ, G. Jardineiras da floresta: ameaça às antas põe em risco a biodiversidade de ecossistemas brasileiros, 2020. Disponível em: <https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/2020/04/jardineiras-da-floresta-ameaca-antas-poe-em-risco-biodiversidade-de-ecossistemas>. Acesso em: 27 abr. 2020.