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Tatu-Bola-Do-Nordeste

No mundo contamos com 21 espécies de tatus e há registro de 10 dessas espécies no Brasil. A denominação tatu-bola, em território nacional, compreende duas espécies sendo o Tolypeutes tricinctus e o Tolypeutes matacus que ganharam cenário, principalmente, em 2014 quando o mascote da Copa do Mundo, sediada pelo Brasil, trouxe visibilidade a esses Xenarthras. Sendo a única espécie exclusiva brasileira (endêmica), o Tatu-Bola-do-Nordeste (Tolypeutes tricinctus) se localiza, principalmente, na Caatinga e em uma pequena parte do Cerrado. Atualmente, as principais ameaças à esses animais ficam por conta da caça ilegal, perda de habitat, atropelamentos e alterações climáticas.

A espécie conhecida como Tatu-Bola-do-Nordeste (Tolypeutes tricinctus) é a menor espécie de tatu, sendo seu comprimento cerca de 40 cm, peso entre 1,0 e 1,8kg e a ninhada costuma ter um ou dois filhotes. Os tatus da região sofrem muito com o desmatamento e são encontrados presentes na lista da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) como Vulnerável. A alimentação é bastante variada, contendo insetos, tubérculos e carnes, principalmente, a de frango, em cativeiro.

O processo de defesa desse animal é se transformar em formato de bola, como sugere o nome, por meio das três cintas móveis na região média do dorso possibilitando resistência aos predadores naturais quando ameaçados. Esses animais, infelizmente, acabam se tornando facilmente alvo dos caçadores. Outra curiosidade é de que o escudo cefálico é próprio de cada indivíduo, ou seja, as placas do dorso da cabeça são únicas e funcionam como identificação podendo ser comparado com a impressão digital dos seres humanos.

O desmatamento da Caatinga ameaça essa e outras espécies endêmicas da região. Algumas medidas e órgãos foram criados como a Associação Caatinga em conjunto com The Nature Conservancy (TNC) e especialistas da IUCN com o intuito de desenvolver o Projeto de Conservação do Tatu-bola visando reduzir o risco de extinção e manutenção da espécie. Há a existência de algumas Unidades de Conservação da Bahia, Piauí, Maranhão, Tocantins, mas apesar dos esforços, a nova pesquisa do IBGE mostrou que nos últimos 18 anos o desflorestamento da Caatinga é o segundo maior em números absolutos no país, perdendo apenas para a Amazônia.

Mesmo com a existência de pesquisas de análise de dieta, parasitas e genética relacionada a esses animais, segundo os autores do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção - Volume II sobre Mamíferos que foi lançado em 2018 pelo ICMBio, ainda são necessárias levantamento de novas informações sobre a espécie para que seja possível entender melhor sobre sua biologia, genética, ecologia e distribuição geográfica, possibilitando, assim, sua conservação.




REFERÊNCIAS


AUMENTA RISCO DE EXTINÇÃO DO TATU-BOLA, ANIMAL-SÍMBOLO DA COPA. Só Biologia. Disponível em: . Acesso em: 29 março 2021.


BELANDI, Caio. IBGE retrata cobertura natural dos biomas do país em 2000 a 2018. Agência IBGE de notícias, 2020. Disponível em: . Acesso em: 29 março 2021.


Reis, Marcelo & Chiarello, Adriano & Campos, Claudia & Miranda, Flávia & Xavier, Gileno & Mourão, Guilherme & Ohana, Abílio & Moraes-Barros, Nadia & Anacleto, Teresa. (2018). Tolypeutes tricinctus (Linnaeus, 1758). In: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. (Org.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: Volume II - Mamíferos. Brasília, DF. ICMBio. p. 25-26.


SOBRE O TATU-BOLA. No Clima da Caatinga. Disponível em: . Acesso em: 29 março 2021.


TATU-BOLA-DO-NORDESTE ESTÁ SOB RISCO DE EXTINÇÃO POR CAUSA DA CAÇA PREDATÓRIA E DA DESTRUIÇÃO DOS HABITATS DELES NA CAATINGA. Alagoas Boreal, 2018. Disponível em: . Acesso em: 29 março 2021.

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