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Foto do escritorEvelyn de Castro Batista Guedes

Você conhece o periquito-cara-suja?

O periquito-cara-suja (Pyrrhura griseipectus) recebe esse nome por causa da cor vinho-amarronzada presente em sua face. Trata-se de uma ave endêmica do nordeste brasileiro, porém, atualmente, por consequência do desmatamento das florestas serranas e do tráfico ilegal de animais silvestres, sua ocorrência se dá apenas em três localidades do estado do Ceará (Serra de Baturité, Guaramiranga e na Serra de Aratanha).

Os indivíduos dessa espécie são muito sociável e podem viver em bandos de 4 até 15 aves, medem cerca de 22 centímetros e pesam, em média, 58 gramas. São animais com hábitos diurnos que se alimentam de frutas, sementes e flores; durante a noite, possuem o costume de se esconder dos predadores em ocos de árvores. Sua reprodução ocorre apenas uma vez ao ano entre os meses de fevereiro e junho e cada fêmea obtém em média, 6 ovos. Os ninhos são feitos em ocos de árvores sendo geralmente reaproveitados dos buracos feitos por pica-paus simpátricos e o cuidado parental é dividido entre os pais.

Existem registros da espécie em pinturas do Brasil Holandês do século XVI que mostram sua presença de longa data em nosso território.

E depois de tanto tempo fazendo parte da fauna nordestina infelizmente no ano de 2003, o governo brasileiro reconheceu a espécie como criticamente ameaçada de extinção. Então, desde o ano de 2007, a ONG Aquasis (Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos) iniciou um projeto no estado do Ceará para tentar remediar essas ações e salvar a espécie.

A marca registrada desse projeto é a ampliação de locais de reprodução a partir da instalação de ninhos artificiais. A utilização dessa técnica apresenta impactos positivos e significativos para incrementar ações de conservação da espécie, pois a disponibilidade de ninhos é essencial para que o processo reprodutivo ocorra normalmente, já que eles não conseguem escavar seus próprios buracos nas árvores.

Este projeto desenvolvido pela Aquasis tem gerado resultados positivos, por exemplo, em 2020 cerca de 388 filhotes voaram dos ninhos, e acredita-se que esse número irá aumentar nos próximos anos.

Hoje em dia, ainda encontram-se espécimes de vida livre na Serra de Baturité, Guaramiranga e na Serra de Aratanha - locais onde esses animais também são soltos quando advém de programas de reintrodução.

Eles já foram classificados, anteriormente, como Criticamente em Perigo de Extinção (CR), e atualmente estão classificado como Em Perigo (EN). Essa classificação de risco é de acordo com a Lista Vermelha da IUCN.


Referências:


Cara-suja: Projeto cara-suja. Quem é o cara-suja?, 2021. Disponível em: https://www.aquasis.org/periquitocarasuja. Acesso em: 09 maio 2023.


Refúgio de vida silvestre do cara-suja: Cara-suja. Periquito cara-suja?, 2022. Disponível em: https://www.sema.ce.gov.br/gestao-de-ucs/unidades-de-conservacao-de-protecao-integral/refugio-de-vida-silvestre/refugio-de-vida-silvestre-do-periquito-cara-suja/. Acesso em: 09 maio 2023.


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