Os Jardins Zoológicos tiveram como origem as grandes coleções particulares ou públicas, que ao longo do tempo obtiveram a finalidade de exposição, perdurando com esse fim até um período recente na história. No entanto, este pensamento vem modificando-se nas ultimas décadas. Com uma legislação própria para a regulamentação dos parques e uma nova visão para estes empreendimentos, os zoos têm um papel importante na conservação de espécies ameaçadas de extinção.
Tudo começou na década de 80, quando foi sancionada uma Lei nº 7.173, de 14 de dezembro de 1.983, que dispõe sobre o estabelecimento e funcionamento de jardins zoológicos, a qual apresentou definições, finalidades e diretrizes para o desempenho da instituição. No inicio do século XXI a Instrução Normativa Nº 04, de 04 de março de 2002, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) estabeleceu uma série de critérios e condutas que os parques devem obedecer para o seu exercício.
A partir desse momento, zoológicos de todo o país buscam ter uma maior interação com a comunidade, deixando de ser apenas um local de visitação aos finais de semana. Atualmente, os zoos trabalham com programas voltados para educação ambiental, interligados à conservação de fauna, já que na maioria das grandes cidades os empreendimentos são o único local onde a população pode entrar em contato com animais silvestres e exóticos.
Nesse sentido, seguindo as orientações sugeridas pelo IBAMA, os zoológicos participam dos programas oficiais de conservação de espécies ameaçadas existentes em sua coleção. O Parque Zoobotânico de Carajás, município de Parauapebas-PA é um exemplo de sucesso, pois alia educação ambiental e conservação de fauna. Um dos seus projetos é a reprodução da maior ave rapinante da América Central e do Sul, o Gavião Real (Harpia harpyja). O que difere este projeto das outras experiências com o Gavião Real, é que todo o ciclo de desenvolvimento do filhote se deu com o cuidado dos pais, fato que foi considerado como o grande sucesso do trabalho. A cria, nascida em junho de 2015, será destinado a uma instituição com maior experiência na reprodução da espécie, quando perder o vínculo com os progenitores.
Haja vista que os jardins zoológicos tiveram uma reformulação na imagem transmitida à população, de uma simples coleção a um estabelecimento com diversas finalidades voltadas para educação e conservação de espécies ameaçadas, podemos afirmar que sua existência é de vital importância para a conservação ambiental, através da conscientização da população, assim como para fins científicos.